No primeiro semestre deste ano o Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Tocantins (Sindepol/TO), realizou uma série de capacitações para delegados, agentes e escrivães com o objetivo de combater os crimes eleitorais. E como resultado desses esforços, nesta segunda-feira, 01, foi feita a condução do irmão do candidato a deputado estadual Olyntho Neto (PSDB) à Polícia Federal por suspeita de crime eleitoral.
De acordo com o relatório circunstanciado, a Polícia Civil recebeu a informação de que grande quantia em dinheiro seria sacada e que possivelmente a pessoa estaria sendo extorquida ou ameaçada, pois homens armados o acompanhavam. Diante desses fatos, considerando o possível crime de extorsão ou crime assemelhado, foi coordenada diligência policial nas imediações da agência bancária, localizada no centro de Araguaína-TO, pela Delegacia de Polícia responsável pela apuração de crimes de roubos e assemelhados.
A Polícia Civil, através do monitoramento, identificou um veículo estacionado irregularmente em frente à agência bancária, em funcionamento. No interior da agência estava Luiz Olyntho, irmão do candidato à reeleição como deputado estadual, Olyntho Neto, acompanhado do policial militar Edilson Ferreira, Sargento lotado no 3º QPPM.
O carro está em nome da Locadora de Veículos Araguaia LTDA, e alugado para a Assembleia Legislativa do Estado de Tocantins. Em entrevista, o motorista Edilson Ferreira, informou que prestava serviços para a Assessoria Militar da Assembleia Legislativa, e estava à disposição do deputado estadual.
Luiz Olyntho, ao ser abordado, carregava uma mochila com a quantia de R$500.000,00 (quinhentos mil reais). Em entrevista, disse que é irmão do Deputado Olyntho Neto, e que, embora estivesse em veículo cedido à Assembleia Legislativa e utilizando a escolta cedida a deputados estaduais, o dinheiro não era destinado à campanha eleitoral, mas sim para compra de gado. Luiz Olyntho, no entanto, disse que não tinha contato com nenhum vendedor e que ficaria com o valor em casa para comprar no futuro.
Constatando que não havia crime de extorsão, mas possivelmente crime eleitoral, o Delegado Regional de Polícia Civil entrou em contato com a Polícia Federal de Araguaína, para onde foram encaminhados todos os envolvidos, o dinheiro e aparelhos celulares, para análise e deliberações da justiça eleitoral.
Eleições limpas
Para que todo o processo eleitoral seja realizado de maneira idônea, não só a Polícia Federal é responsável pela investigação e apuração dos crimes eleitorais, como também a Polícia Civil deve contribuir. Pois a Polícia Federal só possui sede em duas cidades tocantinenses: Palmas e Araguaína, portanto o trabalho realizado pela Polícia Civil é essencial para que o processo eleitoral seja realizado conforme rege a legislação em todo o estado.
Em razão disso, o Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Tocantins promoveu dois seminários de Combate ao Crime Eleitoral, realizados nos dias 20 de março e 15 de maio, em razão das eleições suplementares tocantinenses e das eleições padrões.
O investimento em capacitação da Polícia no combate a esses crimes tem gerado bons resultados, levando em consideração que em junho, durante eleições suplementares, oito prisões foram realizadas, sendo cinco de politicos que ocupavam cargos.