É visível o aumento dos índices de crimes patrimoniais que atingem a população Tocantinense, mas este crescimento no número de ocorrências de crimes como furto e roubo não é uma exclusividade deste estado, muito menos de nosso País. Ao contrário, subtrações como as citadas integram os crimes cujos índices atingiram níveis endêmicos em todo o globo.
Podemos citar a província de Ontário no Canadá, que conta com mais de 13 milhões de habitantes e tem como capital a cidade de Toronto. Ontário, em seu ano mais violento (2015) registrou 174 casos de homicídios. Naquele mesmo ano o estado de São Paulo, com cerca de 12 milhões de habitantes comemorou queda no numero de casos de homicídios registrando quase 4 mil mortes violentas.
Apesar desta inimaginável diferença não é incomum caminhar por Toronto e observar “restos” de bicicletas acorrentados aos postes e estacionamentos, de onde se extrai que furtadores carregaram o que podiam das mesmas, como rodas, guidões e acessórios, mantendo no local somente o que estava preso aos postes. A diferença é que estes fatos NÃO são tratados como “casos de Polícia”. Naquele País, se a subtração advêm, também, de comportamento da vítima, que deixou sua bicicleta em local inseguro ou estacionada por muito tempo no mesmo local, a responsabilidade e o prejuízo são exclusivamente dela.
A advertência acima remete ao pensamento de que Segurança Pública é responsabilidade de todos, motivo pelo qual elencamos procedimentos mínimos para evitar, ou tentar evitar, a amargura de ser vítima de alguma subtração.
No tocante aos cuidados ao estacionar seu veículo deveria parecer óbvio o conselho de trancar o mesmo ao deixar seu interior, por menor que seja o intervalo de tempo que vá se distanciar do mesmo, mas o número de ocorrências de furto de veículos ou objetos de seu interior nos quais o mesmo estava aberto é impressionante. Logo, TRANQUEM SEUS VEÍCULOS!. Além disso, nunca deixem objetos sobre os bancos e procurem estacioná-los em locais de maior fluxo de pessoas. Vale mostrar-se alerta ao sair do carro, verificando as pessoas e demais veículos nos arredores.
Mesmos conselhos valem para a entrada e saída de suas residências, momento de grande vulnerabilidade para a prática de roubos. O simples fato de tomar uma postura vigilante pode evitar a ação, pois criminosos procuram, na maioria dos casos, vítimas desatentas.
Hábito semelhante aponta para a não utilização de aparelhos celulares, atualmente os preferidos dos ladrões, em via pública. Não é raro passear no início da noite pela cidade e observar, em pontos de ônibus, quase todos os futuros passageiros com seus rostos iluminados pelas telas de seus celulares. Prato cheio para os assaltantes.
Voltando à segurança no âmbito residencial, recomenda-se a utilização indiscriminada de aparatos de segurança como cercas, câmeras, alarmes e cães de guarda. Furtadores buscam alvos mais “descomplicados”. Dificultar a ação deles é fundamental. Além disso, evite a rotina para não ser um alvo previsível.
Não poderíamos finalizar sem apontar que, diante de uma eventual abordagem pessoal em caso de roubo, mantenha-se calmo e evite reação ou gestos bruscos. Busque aguçar seus sentidos, apesar do nervosismo, para ficar atento aos detalhes dos criminosos, seus instrumentos e demais fatos que estejam ocorrendo ao redor, isso poderá ajudar nas investigações que serão desenvolvidas pela Polícia Civil.
Perfil: CASSIANO RIBEIRO OYAMA é Delegado de Polícia Civil, titular da DHPP de Palmas, formado em direito pela PUC- PR, pós graduado pela Escola Da Magistratura do Paraná.